Infertilidade é definida como ausência de gravidez após um ano de relações regulares desprotegidas.
A chance de um casal engravidar em um mês de relações desprotegidas gira em torno de 20% e após um ano, de 85 a 90% dos casais terão engravidado o que leva a incidência de infertilidade entre 10 a 15%. Existem vários fatores que irão influenciar esta taxa, sendo o mais importante a idade materna.
A mulher nasce com um número determinado de óvulos e esta população ovular vai se perdendo ao longo dos anos. Em torno dos 30 anos se inicia a queda da fertilidade e após os 35 anos esta queda se torna bem mais acentuada.
Considerando isto, apesar de ser necessário um ano para se fazer diagnóstico de infertilidade, em mulheres acima de 35 anos já se deve iniciar a pesquisa de infertilidade após seis meses de relações desprotegidas sem gravidez.
CAUSAS DE INFERTILIDADE:
As causas da infertilidade podem ser de origem feminina (cerca de 40%), masculina (cerca de 40%) e em torno de 20% das vezes os dois parceiros poderão apresentar alguma anormalidade. Portanto, a presença de um fator de infertilidade em um dos parceiros não dispensa a investigação no outro parceiro.
Entre as causas femininas as mais comuns são os fatores tubário, ovulatório, uterino e a endometriose. O fator masculino pode estar relacionado com o volume seminal, alteração na contagem, motilidade ou morfologia do espermatozoide. Disfunções sexuais que dificultem o coito também são causa de infertilidade. Tanto no caso da mulher como do homem, o fato de já ter filhos não afasta a possibilidade de ter desenvolvido infertilidade posteriormente.
PESQUISA DA INFERTILIDADE:
Como em qualquer procedimento médico, a primeira abordagem deve ser feita por uma anamnese (consulta) completa. Deve se pesquisar a idade da paciente, tempo de infertilidade, ocorrência de gestações anteriores, uso de medicamentos, cirurgias prévias, regularidade menstrual, cólicas menstruais, infecções pélvicas anteriores, história familiar de infertilidade, frequência sexual e tratamentos já realizados. Em relação ao homem deve-se pesquisar se já possui filhos, se sofreu algum traumatismo na região testicular, infecções genitais pregressas, cirurgias, uso de medicamentos e historia de infertilidade na família.
Sobre os exames complementares, a princípio o homem deverá realizar um espermograma que, se alterado, deve ser repetido preferencialmente após dois meses e, persistindo a alteração será encaminhado ao andrologista (médico especialista em infertilidade masculina) para continuar a propedêutica. Já a mulher deve realizar um número maior de exames que serão pedidos de acordo com a história clínica, idade e tempo de infertilidade. Os principais exames são: a Histerossalpingografia (HSG) para avaliar as trompas e cavidade uterina, ultrassonografia endovaginal com ou sem rastreamento de ovulação, exames hormonais. Exames mais complexos serão realizados à medida que o tratamento for avançando. É importante lembrar que estas pacientes devem estar em dia com sua avaliação clínica e ginecológica.
TRATAMENTO DA INFERTILIDADE:
Assim como em todos os outros aspectos relacionados à saúde, uma vida saudável pautada em uma alimentação balanceada, atividades físicas regulares, ausência de tabagismo, peso ideal, é essencial para o sucesso do tratamento. Ao abordarmos um casal infértil nosso objetivo não é apenas atingir a gravidez, mas que aquela gravidezevolua bem, sem riscos para a mãe e resulte no nascimento de uma criança saudável. Embora não exista comprovação científica da influência dos níveis de ansiedade nos resultados dos tratamentos, é importante que, na medida do possível, o stress esteja controlado e aquele casal se sinta acolhido pela equipe. O suporte psicológico especializado deve ser oferecido sempre que necessário.
O tipo de tratamento irá depender principalmente da causa, do tempoda infertilidade e da idade da mulher. Os métodos mais utilizados são a estimulação ovariana com coito programado, a inseminação intra uterina (IIU) e as Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) propriamente ditas: a Fertilizaçãoin vitro convencional (FIV) ou com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI ou “Super ICSI”).