Aborto Recorrente

A gestação começou, mas, infelizmente, não vai conseguir atingir o seu propósito: gerar uma vida. Não há nada mais frustrante, para um casal que deseja ter filhos, do que receber essa notícia. Mais dolorido ainda é quando essa situação se repete de maneira consecutiva em três ou mais gestações até o 5º mês de gravidez, transformando-se em um caso de aborto recorrente ou de repetição. O aborto espontâneo não mexe só com o corpo da mulher, mas principalmente com o seu psicológico. No entanto, situações como essa não determinam o fim do sonho de ter um filho. Ao identificar as causas, é possível definir os tratamentos adequados e tentar acabar com o aborto recorrente, que acontece em até 5% das gestações.

Causas e possíveis tratamentos

São muitos os fatores que podem ser responsáveis por interromper uma gravidez. Confira algumas das possíveis causas para o aborto de repetição.

1) Genéticas: tanto o casal quanto o feto podem ter alterações genéticas que são responsáveis pela inversão do material genético, duplicação, fusão ou perda de um ou mais cromossomos. As alterações cromossômicas são as principais causas de abortamento.

Como evitar?

O casal pode recorrer à fertilização in vitro (FIV) com biópsia embrionária pré-implantacional. Dessa forma, o material genético do embrião será analisado antes de sua implantação no útero da mulher, evitando, assim, que embriões com alterações genéticas sejam transferidos para o útero.

2) Alterações endócrinas e metabólicas: hipertireoidismo, hipotireoidismo, elevado nível de prolactina (hormônio responsável por estimular a produção de leite pelas glândulas), diabetes e síndrome dos ovários policísticos (distúrbio que interfere no processo normal de ovulação da mulher) são alguns dos distúrbios hormonais que podem levar ao aborto de repetição.

Como evitar?

Ao se fazer o diagnóstico de um distúrbio hormonal, o tratamento com medicamentos poderá corrigir a causa das perdas gestacionais. Em alguns casos, como por exemplo na Síndrome dos Ovários Policísticos acompanhada de obesidade, a perda de peso também é de grande importância para que a gravidez seja bem sucedida.

3) Imunológicas: o sistema imunológico da mulher pode reagir de maneira contrária ao embrião, oferecendo um risco maior de aborto de repetição. Isso, geralmente, acontece quando a mãe apresenta doenças autoimunes, como lúpus, esclerose múltipla, hepatite autoimune e anemia perniciosa.

Como evitar?

Segundo especialistas, tanto a identificação quanto o tratamento desses casos devem ser feitos de forma individualizada, não podendo o tratamento ser generalizado.

4) Anatômicas: problemas com a formação do útero e miomas também podem impedir a implantação do embrião e causar aborto recorrente.

Como evitar?

Após os exames, quando indicado, o médico poderá realizar intervenções cirúrgicas para resolver o problema.

5) Hábitos não saudáveis: mulheres que fazem o uso de drogas ilícitas ou que ingerem de maneira excessiva café, álcool e cigarro têm chances maiores de terem a gravidez interrompida.

Como evitar?

Evitar ingerir café, álcool e cigarro, durante a gravidez, e não utilizar qualquer tipo de droga ilícita.

6) Infecções: Algumas bactérias podem dificultar o desenvolvimento do feto, como é o caso da endometrite crônica – infecção do endométrio, tecido que reveste a parede interna do útero.

Como evitar?

Após identificar a infecção por meio de exames, o médico iniciará o tratamento com antibióticos.

7) Hematológicas: existem doenças que podem impedir a implantação do embrião, porque alteram a coagulação sanguínea da mulher, provocando tromboses mínimas.

Como evitar?

Após identificar esse tipo de alteração na coagulação sanguínea, o médico iniciará o tratamento com uso de medicamentos.

É importante manter o acompanhamento médico, para detecção correta da causa, acompanhamento e realização de tratamentos possíveis.

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