Em relação aos paraplégicos ou tetraplégicos, ainda existem muitas dúvidas e estigmas sobre a fertilidade, principalmente masculina. Hoje, com todo o aparato tecnológico da medicina, é perfeitamente possível que eles sejam pais biológicos, por meio das técnicas específicas de reprodução assistida.
Na maioria dos casos de lesão medular em homens, a ejaculação espontânea fica impedida, mas o organismo continua produzindo espermatozoides normalmente. Assim, é necessário retirar os gametas masculinos do interior dos testículos, para a realização de fertilização in vitro ou inseminação intrauterina.
Para isso, existem três técnicas básicas: duas que induzem a ejaculação (que são priorizadas) e uma que consiste na retirada cirúrgica, por uma pequena incisão na bolsa escrotal. Essas modalidades se chamam: vibroestimulação, eletroejaculação e extração cirúrgica de espermatozoides.
Vibroestimulação consiste em utilizar um instrumento estimulador, próximo à saída da uretra. Espera-se que, por ação reflexa, ocorra a ejaculação devido a vibração. A taxa de sucesso é de 70%, aproximadamente.
Eletroejaculação é a técnica que produz impulsos elétricos diretamente na próstata. É feita por meio da introdução de um estimulador no reto, sob anestesia local. O procedimento não é indolor, mas a motivação para realiza-lo é a alta taxa de ejaculação (cerca de 90% dos casos).
Extração cirúrgica de espermatozoides é uma intervenção relativamente simples, realizada apenas com anestesia local. Entretanto, só é utilizada quando as duas técnicas supracitadas são não forem possíveis.
Para gerar os filhos, é preciso que a parceira (ou “barriga solidária”) se submeta a uma inseminação intrauterina ou à fertilização in vitro, utilizando os gametas extraídos do paciente com paraplegia ou tetraplegia.
Ter filhos faz parte dos anseios humanos e completa o sentido da vida para muitas pessoas. Recorrer às técnicas médicas, para a geração da vida, é não desistir dos sonhos.